CONDUTA APÓS ACIDENTE COM PERFURO CORTANTE

CONDUTA APÓS ACIDENTE COM PERFURO CORTANTE


1. Mantenha a calma. Você tem cerca de duas horas para agir. Segundo o Ministério

da Saúde (BRASIL 1996), as quimioprofilaxias contra HBV e HIV

devem ser iniciadas até duas horas após o acidente. Em casos extremos,

pode ser realizada até 24 a 36 horas depois. Após esse período de tempo,

sua eficácia para o HIV é discutível. Nos acidentes de alto risco para HBV,

a quimioprofilaxia pode ser iniciada até uma a duas semanas depois. O

risco de transmissão ocupacional do HIV para o trabalhador de saúde

após exposição percutânea é estimada em 0,3% e após exposição mucocutânea

em 0,09%. Para a hepatite B, o risco para o profissional depende

da situação do paciente fonte. (CDC/EUA, 2001b).



2. Lave exaustivamente com água e sabão o ferimento ou a pele exposta ao

sangue ou líquido orgânico. Lave as mucosas com soro fisiológico ou água

em abundância; não provoque maior sangramento do local ferido e não

aumente a área lesada, a fim de minimizar a exposição ao material infectante.

O uso de anti-sépticos tópicos do tipo PVPI ou álcool 70% pode ser

adotado. Não é recomendada a utilização de agentes cáusticos ou injeção

de anti-sépticos.



3. Dirija-se imediatamente ao Centro de Referência no atendimento de acidentes

ocupacionais com material biológico de sua região. Nesse local,

deverá ser comunicado o fato ao Técnico de Segurança do Trabalho, preenchido

o inquérito de notificação e emitida a Comunicação de Acidente

de Trabalho – CAT. O ideal é que o acidentado e as condições do acidente

sejam avaliados por uma equipe multiprofissional.

Obs.: Caso o profissional trabalhe em um estabelecimento hospitalar, este deve dirigir-se ao Serviço

de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH). O atendimento é considerado uma urgência devido ao

pouco tempo disponível para se iniciar a profilaxia com os medicamentos antiretrovirais (2 horas

após o acidente).



4. Obtenha do paciente-fonte uma anamnese recente e detalhada sobre seus

hábitos de vida, história de hemotransfusão, uso de drogas, vida sexual,

uso de preservativos, passado em presídios ou manicômios, história de

hepatite e DSTs e sorologias anteriores, para analisar a possibilidade de

situá-lo numa possível janela imunológica.



5. Leve sua carteira de vacinação ou informe sobre seu estado vacinal e dados

recentes de sua saúde, sorologias anteriores, etc.



6. Deverá ser solicitada pelo médico a coleta de amostras de sangue seu e

do paciente-fonte, em tubos de ensaio, sem anticoagulante, devidamente

identificados, que serão encaminhados imediatamente ao laboratório de

referência para serem centrifugados.

Obs.: O paciente-fonte pode recusar-se a se submeter à realização da sorologia para HIV. Caso isso

ocorra, deve-se considerar o paciente como sendo soropositivo e com alto título viral.



7. Caso o quadro caracterize situação de risco, as quimioprofilaxias contra o

HBV e o HIV serão iniciados.



8. O médico, se necessário, fará a solicitação para o paciente-fonte do anti-

HIV (Elisa convencional, teste rápido), Anti-HCV e HbsAg (quando o pro-

fissional não foi imunizado para hepatite B).

9. Repetir-se-ão as sorologias seis semanas, três meses, seis meses e um ano

após o acidente ou a critério do médico.



10. O profissional acidentado, em uso de quimioprofilaxia antiretroviral,

deverá retornar à consulta médica semanalmente, ou conforme protocolo

do serviço, para acompanhamento clínico dos sinais de intolerância medicamentosa.



11. Se durante o acompanhamento ocorrer novo acidente com o funcionário,

ele deverá submeter-se ao protocolo novamente sendo, desconsiderado

todos os procedimentos já realizados.



12. Nos casos em que ocorrer a soroconversão para HIV ou hepatite o funcionário

será encaminhado ao médico do trabalho para as orientações legais

e a um centro de referência para o acompanhamento e tratamento

necessário.

LEMBRE-SE ESTE É SOMENTE UM RESUMO, MAIS INFORMAÇÕES PODEM SER OBTIDAS NO SITE DA ANVISA E NO SERVIÇO DE CONTROLE DE INFECÇÕES HOSPITALARES DE SUA CIDADE.



ESTRATÉGIAS PARA PREVENÇÃO DE ACIDENTES PERFURO-CORTANTE



1. Ao transferir instrumentos, evitar que estejam apontados para alguém.

2. Apontar os instrumentos para a direção contrária a que você está.

3. Evitar pegar instrumentos cortantes com as mãos, usar pinças, alicates ou porta-agulhas.

4. Evitar que agulhas fiquem fora dos limites da bandeja.

5. Manter as brocas inseridas nas peças de mão voltadas para o solo, evitando arranhões.

6. Não reencapar as agulhas com as mãos, se fizer isso use uma pinça ou alicate para a preensão da tampa, evitando que a agulha fique apontada para o dedo.

7. Descartar imediatamente agulhas e instrumentos afiados.

Fonte-google

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